sexta-feira, 20 de maio de 2016

10 curiosidades sobre Imi Lichtenfeld, o criador do Krav Magá.


1- Imi Lichtenfeld nasceu em 26 de maio de 1910 em Budapeste, que foi o centro do império austro-húngaro. Cresceu e se criou em Bratislava, capital da Eslováquia.

2- As bases que fundamentaram sua educação em família foram o esporte, a lei e a medicina. Seu pai, Samuel, foi chefe do serviço secreto local e foi conhecido como o agente que mais prendeu criminosos. Além de ser instrutor de defesa pessoal de técnicas de imobilização da polícia secreta.

3- Com o incentivo do pai, Imi começou a praticar várias modalidades de esportes e já em 1928 e 29 venceu vários campeonatos europeus de luta livre greco-romana e no mesmo ano se tornou campeão de boxe.

4- Imi tornou-se líder de um grupo de resistência que lutava contra grupos fascistas que ganhavam cada vez mais espaço em Bratislava e transformavam a vida em seu país.

5- Entre os anos 1936 e 40, participou de inúmeras missões e violentos confrontos, sozinho ou em equipe. Imi e seus companheiros enfrentaram centenas, milhares de inimigos em uma guerra cruel e desigual. Todos esses acontecimentos e vivências pessoais de Imi trouxeram como conseqüência o fortalecimento de seu corpo e espírito, preparando-o para os acontecimentos que ainda estavam por vir, e plantaram as sementes que germinaram resultando na criação do Krav Magá.

6- Em 1940, Imi deixou sua terra natal, família e amigos e ingressou na última embarcação que conseguiu fugir das garras nazistas. Não passava de uma simples balsa, chamada "Pentcho", que foi adaptada para conseguir transportar centenas de pessoas que deixavam a Europa rumo a Israel. As histórias desta balsa e seus passageiros ficaram famosas e são descritas no livro "A Odisséia" de John Birman. A "Odisséia" de Imi durou dois anos, onde, por várias vezes, pulou na água para salvar a vida de passageiros ou um valioso saco de comida percorrendo o rio Danúbio congelado. Estas "aventuras" lhe causaram uma forte inflamação no ouvido que quase o levaram à morte. E após uma explosão no tanque de pressão da embarcação, que aconteceu ao lado das Ilhas Gregas, a sua ajuda foi requisitada e depois de quatro dias e noites de grande esforço, Imi foi levado para a Alexandria em grave estado de saúde, onde se submeteu a várias cirurgias.

7- Recuperado, juntou-se ao exército Checo que lutava ao lado do exército britânico e foi assim que Imi lutou no Oriente Médio, em combates na Líbia, Síria, Líbano e Egito. Até que em 1942, deu baixa no exército e recebeu licença para entrar em Israel, onde começaria uma nova fase de sua vida.

8- A chegada ao Estado de Israel representou para Imi apenas mais um passo em sua trajetória, sem perceber, no entanto, que este "pequeno" passo iria ser um marco, que influenciaria e direcionaria toda a história do povo judeu no Estado de Israel. Já nesta época, meados de 1942, existiam movimentos de defesa, figurados em três grupos; Haganah, Hetzel e Lehi, que lutavam para garantir a sobrevivência do povo que ali vivia, principalmente contra os ataques dos "Fedainim", bandos de criminosos muçulmanos que saqueavam, seqüestravam e matavam com requintes de crueldade, não por "necessidade", mas apenas por diversão. No grupo de defesa Haganah, a maior organização dentre as três, integravam alguns de seus velhos companheiros e alunos do Império Austro-Húngaro, que prontamente apresentaram Imi ao chefe da Haganah, Yitzhak Sadeh, que por sua vez nomeou-o de imediato como responsável pela preparação física, defesa pessoal e combate corpo a corpo de sua organização.

9- Com a criação do Estado de Israel, Imi se alistou no "Tzahal", tornando-se o instrutor chefe de preparo físico e Krav Magá; começando somente no exército e depois ampliando para a escola de preparo físico de todas as forças armadas. Nos 20 anos seguintes, Imi aperfeiçoou sua técnica especial de defesa pessoal e combate corpo a corpo. Treinou pessoalmente os melhores guerreiros dos melhores grupos de elite das forças armadas israelenses; pessoas que, com a técnica, habilidade e coragem mudaram o destino das operações e guerras que ali iriam acontecer. Saindo da ativa como instrutor do Tzahal, adaptou e adequou a técnica do Krav Magá para o mundo civil, tornando-o eficiente e acessível para todo e qualquer ser humano, o forte, o fraco, homem ou mulher, criança ou velho. Para isto, abriu dois centros de treinamento, um na cidade de Tel Aviv e outro em Natanya. Neste processo de "abertura", selecionou um pequeno grupo entre os melhores alunos que iriam se tornar os responsáveis pelo Krav Magá no futuro. Em 1978, fundou a Associação de Krav Magá em Israel.

10- Imi Lichtenfeld foi até seus últimos dias, assessor e conselheiro das forças armadas de Israel, além de treinar os faixas pretas mais graduados de Krav Magá e estar presente nos encontros e seminários de praticantes de todo o mundo que aconteciam em Israel, supervisionando e transmitindo pessoalmente suas experiências, descobertas e o significado prático de sua criação, o Krav Magá.
Em carta oficial de "Honra ao Mérito", o chefe do Estado Maior das forças armadas escreve que desde a época da Haganah e Palmah, passando por todos os anos do Tzahal, a capacidade de guerrear e o potencial pessoal de Imi, que foram os alicerces da qualidade do guerreiro israelense, e não houve ninguém mais responsável por este resultado, por esta conquista, que Imi Lichtenfeld. Na mesma carta é dito que a qualidade do Krav Magá é resultado do valor humanitário de Imi que é estruturado na simplicidade, objetividade, auto-controle, segurança máxima no treinamento e combate, honestidade e respeito para com o adversário, mesmo ele sendo um inimigo.
Em carta escrita pelo Ministro da Educação e Cultura, Zvulum Amer, é reconhecida a importância da preparação da juventude israelense para enfrentar a violência do dia a dia e, por este motivo, o Ministério da Educação apóia o ensino efetivo de Krav Magá em todas as escolas. O Ministro então agradece a Imi pela criação de técnica tão eficiente, qualificada como “mérito azul e branco”. “Azul e branco” é um termo usado em Israel para pessoas que honram o país. Azul e branco são as cores da bandeira de Israel.
O Primeiro Ministro Yitzhak Rabin Z''L declarou em carta que Imi Lichtenfeld é sinônimo de "tornar um soldado ou comandante israelense capaz", sendo estes "dois" uma parte em evidência do sucesso das operações do Tzahal.
Para a tristeza de toda a família Krav Magá, Imi Lichtenfeld faleceu no dia 9 de Janeiro de 1998.

Fonte: kravmaga

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